segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Dicas de estudo


Workshop "Suporte Básico de Vida"

Informam-se todos os interessados que se encontram abertas as inscrições para o Workshop “Suporte Básico de Vida”, organizado pelo Centro Be Smart – Formação em parceria com a Quercia – Formação (www.quercia.pt).
Inscrições Limitadas. Garanta já a sua vaga!





















ENQUADRAMENTO:                                                                               Salvar uma vida envolve uma sequência de procedimentos que devem ser utilizados de forma sistematizada. Estes procedimentos definidos nas recomendações sobre reanimação, quando devidamente aplicados, aumentam de forma significativa a probabilidade de sobrevivência em caso de paragem cardiorrespiratória.

DESTINATÁRIOS:                                                                                          Público em geral.

PRÉ-REQUISITOS:                                                                                          Não existentes.

OBJETIVOS:                                                                                                    No final do workshop os formandos deverão ser capazes de:
- Efetuar a avaliação da vítima;
- Fazer o pedido de ajuda diferenciado;
- Realizar manobras de SBV.

CONTEÚDOS:
Riscos para o reanimador;
- Cadeia de sobrevivência;
- Algoritmo de SBV Adulto (segundo as recomendações ERC/CPR 2015);
- Manobras de desobstrução da via aérea e posição lateral de segurança.


Dicas de Estudo


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Dicas de estudo


Formulário para inscrição em cursos / ações de formação / workshops












Se deseja efetuar a sua inscrição em algum curso / ação de formação / workshop pode fazê-lo através do formulário disponível aqui.

Workshop - Inscrições abertas

Informam-se todos os interessados que se encontram abertas as inscrições para o Workshop “Transição da Norma NP EN ISO 9001:2008 para a Norma NP EN ISO 9001:2015 – O que mudou?”, organizado pelo Centro Be Smart – Formação em parceria com a Quercia – Formação (www.quercia.pt).


















Enquadramento: com a revisão da Norma de Gestão da Qualidade ISO 9001:2008 foi publicada a norma ISO 9001:2015 em setembro de 2015 que contém alterações significativas a implementar no Sistema de Gestão da Qualidade.

Destinatários:
Gestores da Qualidade, Auditores de Sistemas de Gestão da Qualidade, Consultores de Sistemas de Gestão da Qualidade, Quadros Técnicos e outros profissionais que pretendam aprofundar os seus conhecimentos na área.

Pré-requisitos: a frequência na ação de formação exige conhecimentos prévios acerca da norma ISO 9001 (versão de 2008).

Objetivos:
No final da ação de formação os formandos deverão ser capazes de:
- Identificar as principais diferenças entre a “NP EN ISO 9001:2008” e a “ISO 9001:2015”;
- Interpretar a nova abordagem da Norma “ISO 9001:2015”.

Conteúdos:
Os principais requisitos normativos;
Os novos conceitos e princípios e a Estrutura de alto nível e texto comum;
Análise das principais diferenças face à NP EN ISO 9001: 2008;
Análise do contexto da organização e a determinação dos requisitos das partes interessadas;
O pensamento baseado em risco;
A gestão do conhecimento organizacional.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Sistemas Aumentativos e Alternativos de Comunicação



























Quando a fala não pode ser um veículo da linguagem torna-se fundamental proporcionar, o mais precocemente possível, um sistema alternativo ou aumentativo de comunicação.
Segundo Tetzchner e Martinsen (2000, p. 22), a “Comunicação alternativa é qualquer forma de comunicação diferente da fala e usada por um indivíduo em contextos de comunicação frente a frente. Os signos gestuais e gráficos, o código Morse, a escrita, etc., são formas alternativas de comunicação para indivíduos que carecem da capacidade de falar”. Assim, quando a expressão oral é praticamente inexistente, os meios alternativos de comunicação substituem a fala.
Os mesmos autores referem que a “Comunicação aumentativa significa comunicação complementar ou de apoio. A palavra ‘aumentativa’ sublinha o facto de o ensino das formas alternativas de comunicação ter um duplo objetivo: promover e apoiar a fala e garantir uma forma de comunicação alternativa se a pessoa não aprender a falar” (Ibidem). Portanto, quando a expressão oral está presente mas revela-se insuficiente ou difícil de compreender, os meios aumentativos vão compensar as dificuldades através de um reforço visual, tático ou cinestésico, aumentando e completando deste modo as capacidades existentes.
Os sistemas de comunicação aumentativa e alternativa proporcionam, no essencial, um meio provisório para comunicar até que a fala se torne funcional, um meio permanente para comunicar quando a aquisição da fala se revela impossível, e um meio facilitador do desenvolvimento da fala.
De acordo com a American Speech-Language-Hearing Association (ASHA), os sistemas aumentativos e alternativos compreendem os sistemas sem ajuda e os sistemas com ajuda.
Relativamente aos sistemas de comunicação sem ajuda, eles referem-se a todas as formas de comunicação que não estão dependentes de qualquer ajuda técnica, sendo algumas partes do corpo o veículo para transmitir a mensagem (piscar o olho, aponta, abanar a cabeça para dizer sim ou não).
Os sistemas com ajuda implicam a utilização de um suporte físico tais como sintetizadores de fala, tabelas de comunicação, entre outros, sendo que neste caso não é o utilizador que produz os símbolos, mas antes seleciona-os através dos vários dispositivos (Gericota, 1995; Ferreira, Ponte & Azevedo, 1999). A propósito dos sistemas com ajuda, Basil (2004, p. 226) refere ainda que estes “são os que se aplicam mais comummente a pessoas com afeções motoras, visto que elas costumam ter dificuldades em produzir sinais manuais”.
No momento de escolhermos um sistema aumentativo ou alternativo de comunicação, devemos ter em conta determinados critérios, escolhidos com base numa avaliação cuidadosa de quem os vai utilizar. Essa avaliação deverá ser feita numa fase inicial, mas também durante a implementação e o uso do sistema, já que qualquer utilizador poderá estar em constante evolução, podendo ser necessário misturar ou combinar os vários sistemas aumentativos ou alternativos (Tetzchner & Martinsen, 1993). De igual modo, o processo de avaliação deverá basear-se essencialmente naquilo que o utilizador é capaz de fazer ou poderá vir a fazer.
Sistemas gráficos:
Alguns sistemas gráficos como o Bliss, o PIC e o SPC conheceram um desenvolvimento exponencial sobretudo a partir dos anos 80.
O Sistema Bliss foi criado por Charles Bliss em 1949 e “utiliza a imagem na sua característica mais essencial, isto é, na sua representação simbólica” (Chaves, Coutinho & Dias, 1993, p. 60). Este sistema é formado por 100 símbolos, símbolos esses que podem ser Pictográficos, Ideográficos e Arbitrários (Ibidem). Na tabela na página a seguir podemos ver três exemplos desses símbolos:





Este sistema reveste-se de alguma complexidade e, apesar de ter sido o primeiro sistema gráfico a ser usado em vários países, a sua utilização tem vindo a decrescer devido à dificuldade manifestada por muitos utilizadores (Tetzchner & Martinsen, 1993).
Toscano (1991, p. 154) refere também que “os símbolos Bliss necessitam de ser apontados de qualquer forma”, e no caso das crianças que não falam por vezes a sua deficiência é tão grave que não têm sequer a capacidade de apontar com a mão. Assim, a autora conclui que, a introdução destes símbolos em crianças que não falam, “não é a chave para a comunicação de todas elas” (Ibidem).
O Sistema PIC (Pictogram Ideogram Communication) foi criado no Canadá por Subhas Maharaj e “consiste em desenhos estilizados que formam silhuetas brancas sobre um fundo preto” (Idem, p. 28). Podemos ver alguns exemplos na figura a seguir:









O Sistema SPC (Símbolos Pictográficos para a Comunicação) foi adotado nos anos 90 em Portugal e está hoje amplamente divulgado entre os utilizadores de Comunicação Aumentativa. Conta com cerca de 3000 símbolos sendo estes “desenhos de linhas simples a preto, sobre fundo branco, e a palavra está escrita sobre o desenho” (Ibidem). No entanto, o fundo pode ser de outra cor quer se trate de substantivos, verbos e adjetivos (Gericota, 1995).
A escolha do sistema de signos deverá ser feita com base “nas características motoras e perceptivas do indivíduo” (Tetzchner & Martinsen (2000, p. 35). Não podemos esquecer que os signos gráficos são selecionados, enquanto que os signos gestuais são produzidos (Idem, p. 36).

Núcleo de Formação do Centro BSAG

Referências Bibliográficas:

BASIL, Carmen (2004). Os alunos com paralisia cerebral: desenvolvimento e educação. In César Coll, Jesús Palacios & Alvaro Marechesi (2.ª Ed.). Desenvolvimento Psicológico e Educação: Necessidades educativas especiais e aprendizagem escolar (vol. 3). Porto Alegre: Artmed Editora S.A..

CHAVES, José Henrique; COUTINHO, Clara Pereira; DIAS, Manuela (1993). A imagem no ensino de crianças com necessidades educativas especiais. Revista Portuguesa de Educação, 6 (3), 57-66.

FERREIRA, Maria Carlota; PONTE, Maria Margarida; AZEVEDO, Luís Manuel (1999). Inovação curricular na implementação de meios alternativos de comunicação em crianças com deficiência neuromotora grave. Lisboa: SNRIPD.

GERICOTA, Manuel (1995). Ajudas técnicas à comunicação para pessoas com paralisia cerebral. Disponível em Biblioteca Digital: http://portal.ua.pt/bibliotecad consultado em 13 de janeiro de 2016.

TETZCHNER, Stephen von; MARTINSEN, Harald (1993). Introducción a la ensenãnza de signos e al uso de ayudas técnicas para la comunicación. Madrid: Visor Distribucciones, S.A.

TETZCHNER, Stephen von; MARTINSEN, Harald (2000). Introdução à Comunicação Aumentativa e Alternativa. Tradução de Ana André. Porto: Porto Editora.

TOSCANO, Rosário (1991). Sistema de Comunicação Bliss. In IV Encontro Nacional de Educação Especial – Comunicações. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.




quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

"O menino selvagem"















Já alguma vez viu o filme "O menino selvagem" (L'Enfant Sauvage)?
O filme conta a história de uma criança que viveu a sua infância numa floresta sem qualquer contacto com a sociedade. Quando foi encontrada, apresentava atrasos na fala e no andar. Quando o encontraram, levaram-no para casa do médico Jean Itard para que este pudesse "estudar" a criança e os seus comportamentos. Deram-lhe o nome de Victor…
Quando encontraram a criança calcularam que ela teria 11 anos de idade. A criança apresentava grandes atrasos na fala e no andar, reagia por instintos, tal como os animais.
Permaneceu 9 meses em sociedade onde aprendeu as regras de boa educação e de higiene. Com o passar do tempo, a criança moldou o seu comportamento de acordo com as exigências da cultura na qual estava inserida.

Trata-se, portanto, de um filme que nos leva a refletir sobre a influência que a Sociedade e a Educação podem ter no comportamento do ser humano.


Núcleo de Formação do Centro BSAG

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Sabe o que é o Braille?



















Em 1825 Louis Braille inventa o sistema Braille. Ainda muito novo, aos três anos de idade, Louis Braille perdeu a visão num dos olhos devido a uma brincadeira na oficina do pai. Pouco tempo mais tarde, acaba por cegar do outro olho em consequência de uma infecção.

Alfabeto Braille

O alfabeto Braille é um sistema de escrita por pontos em relevo que permite a representação de letras, símbolos musicais, números e símbolos matemáticos. Os pontos em relevo podem ser marcados em papel ou outro material, e a sua leitura faz-se através do tacto.

A base do sistema é uma célula que contém 6 posições numeradas. Cada posição pode ou não estar ocupada por um ponto.

A importância do tacto



























Perante a ausência do sentido da visão, a adaptação da informação visual a outro sentido assume especial importância. A adaptação, por exemplo, de imagens visuais a imagens tácteis poderá ser mais motivadora e facilitadora das aprendizagens para um aluno cego. As sensações tácteis, auditivas, olfactivas e gustativas passam a ocupar um lugar privilegiado na aprendizagem da criança cega. A sua experiência em relação àquilo que a rodeia será sobretudo a de um mundo de cheiros, sons e texturas.

Núcleo de Formação do Centro BSAG

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

100 visualizações no Blogue!




















Em pouco tempo o nosso Blogue já teve mais de 100 visualizações!
Obrigado(a) por estar desse lado e acompanhar o nosso trabalho.

A equipa BSAG agradece a sua preferência.



Sabe o que é a Dislexia?




















A Dislexia é definida frequentemente como um distúrbio na capacidade de ler. Todavia, o diagnóstico da dislexia não é tão simples como pode parecer. Para além de o termo ser usado incorretamente, ele é também muitas vezes utilizado em excesso.
Em traços gerais, a dislexia traduz-se numa dificuldade recorrente em processar a informação fonológica (identificação, articulação e uso dos diferentes sons da língua).

Os padrões de dislexia típicos envolvem:
- Inversão de letras na leitura e na escrita;
- Omissão de palavras na leitura e na escrita;
- Dificuldade em converter letras em sons e em palavras;
- Dificuldade em usar sons para criar palavras;
- Dificuldade em recuperar da memória sons e letras;
- Dificuldade em aprender o significado, a partir de letras e de sons.

A dislexia só poderá ser diagnosticada a uma criança quando estes padrões típicos ocorrerem de forma consistente e recorrente.

Núcleo de Formação do Centro BSAG


Referência Bibliográfica:
HENNIGH, K. A. (2003). “Compreender a Dislexia. Um guia para pais e professores”. Porto: Porto Editora.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

A equipa BSAG agradece a sua preferência!


A doença na infância














  Para uma família no seio da qual existe uma criança que tem uma doença crónica, as expectativas em relação a essa criança podem sair frustradas dada a existência dessa doença.
  A doença crónica poderá ter repercussões no desenvolvimento da criança conforme a gravidade da situação, além de consequências ao nível do suporte social e económico da família. Atendendo ao facto de que a doença crónica é uma doença contínua que implica restrições na vida da criança, esta será vítima não só de um sofrimento somático mas também psicossocial. Por outro lado, os constantes internamentos hospitalares revelam-se como uma experiência verdadeiramente marcante para a criança, dado que o hospital passa a ser uma espécie de segunda casa. Por isso, as relações estabelecidas entre as várias equipas envolvidas no processo e a família são de extrema importância.
   O apoio prestado aos pais é primordial para que estes compreendam o diagnóstico do filho e o aceitem. As preocupações dos pais começam desde logo e muitas vezes estes querem respostas imediatas que não existem. Tentar perceber o porquê é um processo penoso que poderá demorar algum tempo, dado que implica deslocações a médicos, hospitais, a realização de exames, consultas…
   Trata-se, portanto, de um processo que envolve muitos especialistas e técnicos e muitas vezes os pais sentem-se perdidos. Muitos acabam por desistir do filho, deixam-no entregue aos cuidados de terceiros, muitos nunca chegam a aceitar a condição do mesmo, daí a importância do apoio psicológico. Paralelamente, há a questão do preço dos equipamentos, normalmente caros, e que quando podem ser adquiridos a custo reduzido envolvem demasiada burocracia. Depois há ainda a questão de encontrar uma escola que seja capaz de dar resposta à problemática da criança e, por vezes, este aspeto pode tornar-se um verdadeiro problema. As escolas regulares muitas vezes não dispõem de recursos humanos e materiais necessários. A questão dos recursos humanos pode apresentar dois problemas: por um lado, o número de pessoas que possam prestar apoio é manifestamente insuficiente; por outro lado, há a questão da formação destas mesmas pessoas, sendo que é primordial apostar em formação especializada e específica. Além destas questões, os espaços físicos não são, muitas vezes, adaptados e os equipamentos de apoio são escassos; nada é de raiz, parece que tudo é “remendado” de acordo com uma determinada circunstância, a da criança que apresenta um determinado problema de saúde.


Núcleo de Formação do Centro BSAG


quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Dia de Reis


























Celebra-se hoje, dia 6 de Janeiro, o Dia de Reis. Esta foi a data em que os três Reis Magos, Gaspar, Belchior e Baltasar, visitaram o Menino Jesus e lhe deram presentes: Ouro, Incenso e Mirra.
Conta-se que foi uma estrela que guiou os Reis Magos até ao local onde estavam Maria e José com o seu filho.

Núcleo de Formação do Centro BSAG

Cursos de Línguas



































Comece o ano de 2016 da melhor forma possível!
Aposte em sim, aposte na sua formação!
Entre em contato connosco e peça-nos mais informações!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Empreendedorismo para crianças



























“O empreendedorismo refere-se a uma capacidade individual para colocar as ideias em prática. Requer criatividade, inovação e o assumir de riscos, bem como a capacidade para planear e gerir projectos com vista a atingir determinados objectivos.” (Comissão Europeia – Educação e Cultura, 2005)

Nunca se ouviu falar tanto na palavra “empreendedorismo” como nos últimos tempos. Em tempos de crise, muitos são aqueles que optam por criar o próprio negócio, numa tentativa de fazer face a uma situação de desemprego.
Porém, o empreendedorismo não é um fenómeno exclusivo do mundo dos adultos, pois há cada vez mais crianças e jovens que procuram aprender o que é ser “empreendedor” e como o ser.
A literatura sobre o tema é abundante, basta fazer uma pesquisa no Google para percebermos a dimensão do fenómeno. Caso tenha interesse no tema, deixamos aqui uma sugestão de leitura que pode encontrar neste link.

Núcleo de Formação do Centro BSAG


As Tecnologias de Informação e Comunicação na Escola

















A educação sendo essencialmente a transmissão de valores, necessita do testemunho de valores em presença. Por isso, os meios de comunicação e a tecnologia não podem substituir o professor” (Gadotti, 1994). 


É inquestionável o facto de que vivemos numa sociedade cada vez mais tecnológica e que caminha rumo a mudanças constantes e aceleradas. A sociedade da informação trouxe consigo novos desafios às pessoas que reconhecem, ainda que por vezes tacitamente, o papel importantíssimo das novas tecnologias nas suas vidas. As pessoas “respiram” tecnologia. Desde o uso banal do telemóvel até à utilização de aparelhos mais sofisticados e complexos, quase já ninguém duvida da eficácia destas novas tecnologias. 
Do mesmo modo, os avanços tecnológicos vieram proporcionar à Escola novos recursos. O uso da Informática na Educação, nomeadamente através do uso generalizado do computador, colocou novos desafios à Escola e exigiu dos professores uma permeabilidade relativamente a novas e diversificadas metodologias. Por um lado, a Escola deverá estar equipada com recursos tecnológicos que favoreçam ambientes de aprendizagem estimulantes; por outro lado, os professores deverão possuir competências ao nível destas tecnologias emergentes. Lagarto (2007, p. 11), no seu artigo intitulado “A Escola, a Sociedade da Informação e as TIC” refere que “o trabalho com ferramentas informáticas obrigará a novas abordagens estratégicas, ainda que dos mesmos programas e currículos”, mas a verdadeira questão que se coloca é a de saber de que forma a Escola responderá a este desafio, e se os professores estarão ou não recetivos a esta cultura tecnológica. As mudanças ocorridas nos últimos anos no ensino e na aprendizagem têm vindo a evoluir, de acordo com Costa (2007, p. 16) “em direcção a uma perspectiva construtivista da aprendizagem que prevalece hoje, pelo menos em termos retóricos”, e a qual todos nós defendemos. Todavia, parece que essa perspetiva não tem vindo a determinar a prática pedagógica no que toca ao uso das tecnologias (Idem, p. 17).
Muito se tem dito, para o bem e para o mal, acerca destas questões. Papert (1997, p. 205), um dos maiores visionários do uso do computador em contextos educativos, refere, a propósito da revolução tecnológica na educação, que “a Escola mantém-se, nos seus aspectos essenciais, muito semelhante ao que sempre foi”.
Pôr de lado práticas pedagógicas marcadamente conservadoras que enfatizam “a transmissão, a linguagem, a cópia da cópia, onde conteúdos e informações são passados directamente do professor para o aluno, mediante um processo reprodutivo” (Moraes, 2005, pp. 36-37) implica uma profunda alteração na forma de pensar e viver o ensino e a aprendizagem, e implica sobretudo pôr de lado a figura do magister dixit. Não poderíamos estar mais de acordo com Carraher (1992, p. 23) quando, a propósito da educação tradicional versus educação moderna, refere que “a aprendizagem não precisa ser um processo doloroso”. Para o autor, o professor moderno é aquele que fica encantado com os erros das crianças porque, segundo ele, os “erros das crianças são coisas preciosas” (Ibidem).
Vivemos numa era marcada pela interação decorrente da combinação de voz, imagens e textos. Trata-se de uma nova realidade à qual ninguém fica indiferente. O aluno, enquanto ser social, é único e possui diferentes estilos de aprendizagem. Importa reconhecer a importância da criação de espaços que levem o aluno a refletir acerca daquilo que aprendeu, para que o mesmo se possa libertar de uma educação castradora e fechada, e para que haja “um novo diálogo entre mente e corpo, sujeito e objecto, consciente e inconsciente, interior e exterior, indivíduo e o seu contexto, o ser humano e o mundo da natureza” (Moraes, 2005. p. 37).
De acordo com Papert, “todas as crianças que têm em casa um computador e uma forte cultura de aprendizagem são agentes de mudança na escola” (Papert, 1997, p. 223). Com efeito, as crianças lidam com as tecnologias com grande destreza, e não é difícil ouvirmos os pais dizerem que “parece que já nascem ensinados”. Ensinados ou não, certo é que parece haver, de facto, “um apaixonado caso de amor entre crianças e computadores” (Idem, p. 21).
Ainda na linha de pensamento deste autor, o uso do computador e de todos os recursos que lhe são inerentes podem proporcionar espaços de construção do conhecimento e da aprendizagem, num ambiente colaborativo e atendendo às diferenças individuais de cada aluno. Para que isto aconteça, impõe-se uma mudança de atitude por parte dos professores e dos profissionais ligados à educação, que deverão incluir nas suas práticas todos os recursos disponíveis, incluindo o computador.
Ensinar com recursos tecnológicos, nomeadamente com o computador, pressupõe, por um lado, uma prática planeada e distante das vias tradicionais e, por outro, uma prática reconstrutora do currículo. Caberá, assim, ao professor fazer um uso correto desses recursos numa Escola que se deseja mais “atraente”:

Fazer da Escola um lugar mais atraente para os alunos e fornecer-lhes as chaves para uma compreensão verdadeira da sociedade de informação. Ela tem de passar a ser encarada como um lugar de aprendizagem em vez de um espaço onde o professor se limita a transmitir o saber ao aluno; deve tornar-se num espaço onde são facultados os meios para construir o conhecimento, atitudes e valores e adquirir competências. Só assim a Escola será um dos pilares da sociedade do conhecimento. (Livro Verde Para a Sociedade da Informação, 1997, p. 43)


Núcleo de Formação do Centro BSAG



Referências Bibliográficas:
CARRAHER, David William (1992). Educação tradicional e educação moderna. In Terezinha Nunes Carraher (Org.). Aprender pensando. Contribuições da psicologia cognitiva para a educação (pp. 12-30). Rio de Janeiro: Editora Vozes.
COSTA, Fernando Albuquerque; PERALTA, Helena; VISEU, Sofia (Org.) (2007). As TIC na educação em Portugal. Concepções e práticas. Porto: Porto Editora.
GADOTTI, Moacir (1994). A Escola e a Pluralidade dos meios. In Revista Escola e Comunicação, n.º 6. Rio de Janeiro.
LAGARTO, José Reis (2007). A Escola, a sociedade da informação e as TIC. In José Reis Lagarto (Org.). Na rota da sociedade do conhecimento. As TIC na escola (pp. 7-13). Lisboa: Universidade Católica Editora.
Livro Verde Para a Sociedade da Informação em Portugal (1997). Disponível em Missão para a Sociedade da Informação: http://www.missao-si.mct.pt.  
MORAES, Maria Cândida (2005). Paradigma educacional emergente. In Ricardo Vidigal da Silva & Anabela Vidigal da Silva (Org.). Educação, aprendizagem e tecnologia. Um paradigma para professores do século XXI. Lisboa: Edições Sílabo.
PAPERT, Seymour (1996). A família em rede. Lisboa: Relógio d’Água Editores.